Considerado um dos maiores nomes da
história do rádio no Pará, Almir Silva, também ficou
famoso como repórter. Quando trabalhava na Rádio Guajará foi ele quem noticiou
em primeira mão as indicações feitas pelo general Taurino Rezende, de Jarbas
Passarinho e Alacid Nunes, para ocuparem respectivamente os governos
Estadual e Municipal.
Amigo do Rei
Existem poucos registros da vida deste artista dos microfones. Sabe-se que ele era amigo pessoal do cantor Roberto Carlos. O maior cantor romântico do Brasil, quando iniciou na carreira teve uma viagem cancelada para o Centro-Sul brasileiro quando estava em Belém e ouvindo o rádio reconheceu a voz de Almir Silva por quem o artista já tinha sido entrevistado no Maranhão. E foi com Almir que o então anônimo Roberto conheceu os bares de Belém na época. Depois disto, sempre que passava pela cidade, Roberto, já famoso, deixava avisado para sua segurança que Almir Silva tinha autorização para visitá-lo. Há uma lenda ou verdade de que o falecido radialista Almir Silva, Rádio Marajoara, tenha sido o intermediário para a carta de habilitação de Roberto Carlos. Na verdade, uma “facilitação” devido à perna mecânica e por isso impossibilitado ser habilitado. Naquele tempo não havia, creio, adaptação de carros para deficiente físico, como hoje tem.
Na década de 70 ele fez
muito sucesso com o Programa Almir Silva que tocava mais música de forró e músicas de quadrilha, porque a época
junina era muito comentada aqui, então tinha esse programa.
Almir escreveu seu nome na
história do rádio apresentando o “O Alô, Alô Interior” que foi um dos
programas de muita audiência da Rádio Guajará, depois também na Marajoara. Foi no comandado deste programa que Almir Silva criou um estilo próprio, muito irreverente, para
transmitir as mensagens. O "Alô, alô interior” foi o primeiro programa específico para as ondas tropicais por mexer com o interior do Estado.
Irreverência nos microfones
Irreverência nos microfones
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| Uma das últimas fotos de Almir - 2002 |
“A graça do programa era que após quase
todas as mensagens, muitas vezes escritas por gente simples, Almir fazia um
comentário jocoso. Para a mensagem que dava conta da saúde de Milico, ele
reservou uma pérola, hoje inserida na história do rádio paraense.
Foi
dizer a mensagem e comentar:- Essa é
boa...! É a primeira vez que eu ouço falar de um milico passando mal...
Havia
um detalhe: estávamos em plena ditadura militar e os setores de informações, os
arapongas, tinham especial atenção pelo programa do Almir, que bem poderia
estar mandando mensagens cifradas a perigosos guerrilheiros”.
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| Donizete Cesar ao lado de Almir Silva |



